Entenda a importância da análise de dados no seu escritório de advocacia e como aplicá-la para obter uma prática mais eficiente.
Advogados – e outros profissionais da área do Direito – trabalham com uma quantidade impressionante de fatos e estatísticas, tendo em vista que suas principais fontes são leis, costumes e precedentes. No entanto, muitos desses dados ainda não são utilizados de forma eficiente, já que muitos profissionais não imaginam o quanto a transformação digital e o uso de dados podem otimizar a sua rotina.
Entretanto, a análise de dados já vem sendo utilizada de forma maciça em outros setores – principalmente aqueles voltados para o consumidor. Prova disso é que você mesmo já deve ter visto um anúncio em seu smartphone sobre a promoção de um produto que você havia procurado em outra plataforma digital recentemente.
Isso acontece porque os estabelecimentos digitais se baseiam no seu histórico de navegação ou de compras do seu cartão de crédito para oferecer produtos que sejam do seu interesse. E no final, todos levam vantagem nessa prática: tanto o consumidor, que recebe ofertas exclusivas, quanto o estabelecimento, que direciona a venda para um cliente que tenha interesse em seu produto.
No Direito, também é possível obter vantagens sobre estes dados, seja na consulta dos clientes e estratégias processuais ou na precificação dos honorários advocatícios, por exemplo. Neste sentido, adotar uma prática jurídica baseada em dados (data-driven) pode ajudar na tomada de decisões e até melhorar a dinâmica no seu escritório de advocacia. Quer saber como? Continue a leitura.
A análise de dados na prática jurídica
Sabemos que os dados à disposição dos profissionais do Direito são significativos, porém estão fragmentados e não possuem uma fonte central. Alguns dados importantes vêm de fontes públicas, como tribunais, órgãos do governo e regulamentos; outros estão apenas à disposição de quem tiver autorização para acessá-los, como valores, bens, subsídios e resultados.
Ainda assim, vemos muitos profissionais tomarem decisões baseados na intuição, conhecimento e experiência, deixando de lado as facilidades e segurança que a prática data-driven pode oferecer.
Mas isso está começando a mudar com a implantação do processo eletrônico, onde os advogados mais tradicionais foram obrigados a se adaptar às novas tecnologias.
Com esta transformação digital, a análise de dados vem sendo cada vez mais utilizada, tanto nos atos de gestão do escritório de advocacia quanto para sustentar a tomada de decisões.
Confira abaixo alguns exemplos de como a análise de dados pode apresentar uma considerável melhora na tomada de decisões dos advogados:
Planejamento estratégico processual
O uso de dados jurídicos pode ajudar a calcular a probabilidade de sucesso de um processo com base em processos com fatos semelhantes ocorridos naquele local. O advogado ainda pode saber mais sobre o entendimento do juiz sobre algum assunto específico e como ele irá julgar aquela ação.
Revisão de documentos
Hoje, documentos podem ser lidos e analisados de forma mais cuidadosa, identificando a sua devida relevância e contando com a ajuda de ferramentas de inteligência artificial para identificar as informações necessárias, com automações que já demandam o que deve ser feito na sequência.
Preços e Orçamentos
Também é possível realizar a coleta de todos os tipos de dados sobre os assuntos e seus custos, tanto processuais quanto procedimentais. Isso aumenta a probabilidade de realizar previsões mais eficientes e próximas aos valores do processo, reduzindo a margem de erro, tanto para o cliente, quanto para o próprio advogado.
Assim é possível produzir uma previsão mais exata, minimizando a possibilidade de conflitos por erro de orçamento e valorizando ainda mais os honorários advocatícios cobrados pelo trabalho.
Como aplicar a cultura data-driven no seu escritório
Adotar uma prática jurídica data-driven não significa apenas utilizar um software que potencialize as informações geradas pelos dados. Esta prática requer uma mudança significativa na mentalidade e na disposição da dinâmica de trabalho e na gestão dos processos internos do escritório de advocacia como um todo.
Sabendo dessa necessidade de educar e estimular as pessoas a usarem os dados para se tornarem mais eficientes e competitivos no mercado, listamos 3 passos iniciais para ajudá-lo nesta jornada:
1. Caminhe antes de correr e comece com a questão mais simples
Comece pelo básico: com seu próprio sistema de gestão do escritório. Com a transformação digital, estes sistemas se tornaram uma mina de ouro para dados, que podem sustentar sua equipe em consultas aos seus clientes, decisões sobre o rumo de um processo, precificação de honorários advocatícios e no gerenciamento interno. A partir deles, você já obterá muitos insights interessantes para aprimorar cada vez mais a sua cultura data-driven.
2. Identifique e organize seus dados
Organizar e estruturar suas referências de clientes e processos em soluções tecnológicas próprias para isso irá ajudar sua equipe a compreender melhor os dados que estão à disposição no seu escritório. Assim, será mais fácil acessá-los do que nas planilhas pouco usuais e intuitivas comumente usadas por escritórios de advocacia e, consequentemente, suas resoluções serão mais rápidas e precisas.
3. Mantenha a limpeza seus dados
A limpeza dos dados também é um passo fundamental, já que muitos sistemas de gerenciamento de dados não foram projetados para uma análise em larga escala. Além disso, apesar de fazer estas análises, os sistemas são alimentados por pessoas e podem sofrer alterações.
Por isso que instituir a limpeza e manutenção de dados é um trabalho minucioso, que envolve responsáveis com bons conhecimentos de dados, agregado a profissionais jurídicos que entendem o significado deles.
Seu escritório impulsionado pelos dados
Atualmente, as empresas que não trabalharem seus dados, poderão ficar para trás. Afinal, a tecnologia está sempre procurando novas maneiras de aproveitar os dados para melhorar a experiência do usuário, fazendo com que esta prática data-driven seja uma questão de sobrevivência, já que as organizações bem-sucedidas serão aquelas capazes de navegar nessa transição de forma ágil e assertiva.
E aí, pronto para iniciar a sua cultura data-driven?
Texto retirado do site da Thomson Reuters
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